Jay tinha sentimentos conflitantes com o casamento de Jisook. Como alguém que estava na vida dela havia mais tempo do que ele seria capaz de contar, ele sabia que ela estava feliz e que amava Shin. E achava que o japonês a amava igualmente, além de não ter nenhuma grande observação para fazer ao seu respeito. Shin era um cqra bacana, honesto e esforçado em diversos sentidos. Mas era, principalmente, esforçado em manter Sook feliz.

Ela era alguém emotiva e ele ainda a via como a garotinha que precisava proteger, sabia que muito da melhora rápida dela se devia a Shin porque ela lhe confessara uma vez que queria estar bem quando pudesse ficar com ele. Sem remoer as feridas e cicatrizes invisíveis. Moon, ou Aikyo, Ji Sook era a pessoa com mais cicatrizes invisíveis que ele conhecia. E ali estava sua relutância em passar o cuidado de sua irmãzinha para outra pessoa. Ele jamais a desejara ou pensara nela de maneira imprópria, ela era pura demais pra viver em sociedade.

Jae Hwan dizia com tranquilidade que perdão era algo que ela definitivamente aprendera. Fosse por sua fé ou apenas por ser bondoza demais. É claro que ela tinha seus momentos, mas ele certamente poderia contar nos dedos. Se até a mãe ela perdoara... então, ele se manteve em silêncio enquanto dirigia para Gangneung, seu olhar recaindo sobre a namorada vez ou outra. Ele precisava ceder para que Jisook fosse cuidada por outra pessoa porque ele a vinha negligenciando em uma tentativa de cuidar de Sunny e sua mãe. Ele queria dizer a ela que estava feliz por ela, porque estava, mas também continuava preocupado que no fim estivesse errado e ele fosse tão ruim quanto qualquer outro homem que estivera com Ji Sook.

Chegou na casa dos avós da garota quando já estava escuro e não tardou em conversar com as pessoas ali, tentando manter algum assunto até com os pais de Shin, ainda que não fosse muito bom em japonês. Em algun momento entre ele se afastar para fumar e retornar, Do Hyeon e os colegas de grupo do japonês haviam chegado. E ele, que não beberia, ainda assim se certificou de que os motoristas que havia contratado estavam prontos para levá-los. Do Hyeon provavelmente iria com seu próprio. Estavam para entrar no carro, meio longe das vistas das pessoas na casa e de quem já havia entrado, quando segurou Shin pelo braço sem força alguma.

ㅡ Não vou ter outra chance de te pedir isso longe de todo mundo, então. Eu não posso mais cuidar dela agora, tenho Sunny, minha mãe, meu trabalho e outra graduação. Então, por favor, cuida bem da Ji Sook. Por favor. ㅡ o soltou, dando um tapinha no ombro alheio em um indicativo para que ele entrasse no carro.

Ele não precisava de uma resposta.

Estavam separados em grupos de seis, quase que por ordem de idade. Mas como iriam de bar em bar com as próprias pernas, só precisariam se separar para ir e para voltar. Os bares onde iriam eram caros e Jay pagaria pelo que consumissem e pela área privativa já que nove deles eram figuras públicas e seu primo também preferia a privacidade. Ele não falou muito durante o caminho, deixando que os outros se encarregassem daquilo, então, ficou surpreso quando percebeu que estavam nas áreas do bar, avisando que mandaria uma mensagem quando quisessem ir para casa. O que seria só lá pelo meio da madrugada e ainda eram nove e meia.

ㅡ Bom, vamos beber! ㅡ ele disse com um sorriso ladino nos lábios enquanto entravam no primeiro bar e seguiam para o espaço reservado, Jae Hwan ficando um pouco para trás para esperar Do Hyeon e enlaçar a cintura de uma das garotas que o acompanhava para que não fosse tão suspeito assim. O cumprimento ao homem mais velho e às meninas foi feito com um aceno de cabeça. Aquela noite seria interessante, ele pensou consigo mesmo enquanto apresentava o próprio primo e dava a ele a brecha para apresentar as garotas.