Ele é multifacetado, ambíguo. Desde cedo, Minhyun aprendeu que cada circunstância irá exigir uma comportamento, uma espécie de personalidade alternativa dele, então por isso criou uma máscara da qual usa predominantemente e sustenta na força da farsa a sua ousadia, força, segurança e autoconfiança, inspirando também um humor um pouco mais cínico, além da pouca vergonha. Subjuga dessa forma, sua inseguridade, sensibilidade e intensidade que quase beiram o extremo da coisa, o que pode ser uma coisa boa na maior parte do tempo, mas ele mesmo se vê como uma faca de dois gumes. Parte da sua revolta, muito tem a ver com o fato de ser assumidamente bissexual ter lhe gerado barreiras automáticas para tudo, inclusive seu sonho de entrar em uma agência e se tornar um artista.

Quando despido dessa máscara, ou quando veste as duas ao mesmo tempo, pode-se ver um Minhyun um pouco mais compadecido com os outros ao seu redor, geralmente isso ocorre quando está na faculdade, um dos poucos lugares em que se gente mais confortável, ou então cercado de alguns amigos ou de pessoas que lhe inspiram segurança. Todavia, em qualquer uma de suas personalidades que montar para apresentar-se mediante o cenário disposto para si, mostra-se extrovertido e a comunicação pode até que fluir com facilidade a depender do que escute, pois algumas dificuldades anteriores arrancaram-lhe um pouco da paciência ou disposição que um dia já teve para ser mais paciente ou didático.

Algumas vezes Minhyun já desejou que o seu problema fosse financeiro, ao menos as desculpas esfarrapada para os “nãos” que algumas — muitas — vezes já ouviu fariam mais sentido para ele. Bem como ter sido expulso de casa por querer ser artista. Mas não, não era esse o problema que viam nele, e tem algumas coisas que nem mesmo o dinheiro consegue resolver quando vai de encontro às regras sociais que foram inventadas em algum momento pela humanidade, felizmente ele acredita que tudo que foi construído pela humanidade, por ela pode ser derrubada.

A prova de que não era esse o problema? Bem. Ele é um dos filhos de um empresário com uma rede de hotéis e resorts em ascensão e uma apresentadora de televisão respeitada. Não era parte da elite sul coreana, mas a família ganhava dinheiro suficiente para sustentar seu padrão de vida elevado e ainda assim sobrar dinheiro para outras regalias que queriam quando tinham tempo livre. Disto já se pode pressupor que a infância de Bae foi algo considerado próximo do perfeito para boa parte do que as crianças consideram uma vida feliz, inclusive ele mesmo, ainda que a ausência dos seus pais tenha o incomodado um pouco até se acostumar com a rotina de trabalho deles.

Até os quinze anos de vida, era tudo uma maravilha. Minhyun continuava sustentando a ideia de que sua vida era perfeita, e para sua família ele era um garoto de ouro, afinal tirava boas notas, professores elogiavam e até era popular na escola. Contudo, sua concepção de vida perfeita, popularidade, elogio dos professores e favoritismo dos pais em relação ao seus outros irmãos foram dissipados com a chegada da puberdade tardia e um estrangeiro que chegou na sala causando a sua primeira atração por alguém que não era uma menina. Ele e o rapaz foram pegos trocando suaves carícias após a aula de educação física e seus responsáveis foram chamados até a escola.

Depois disto sua vida virou de cabeça para baixo e foi quando passou a analisar parte do mundo com o uso de novas lentes. Apesar de continuar um bom aluno, tornou-se recluso pois era vítima de bullying — que muitas das vezes ele mesmo respondia iniciando uma briga, ao menos disso seu pai dizia se orgulhar dele. Virilidade. A verdade é que ele só nunca teve paciência para tolerar os insultos que a ele eram direcionados — e sua paixonite foi transferida para outra escola. E as coisas pioraram dentro de casa quando no último ano, disse que queria tornar-se um artista mesmo que conseguisse ingressar na universidade, mas seus pais foram os primeiros a negarem que alçasse esse voo. Logo lhe disseram que jamais conseguiria se tornar um pois era um promíscuo, não seria bem recebido pela sociedade, muito menos por uma empresa — o que ele já sabia — e só traria mais desonra para a família. De acordo com eles, deveria escolher algo mais discreto, forma do meio e sigiloso. Não abaixou a cabeça, no entanto, para as reivindicações e terminou por ser expulso de casa.

Agora Bae Minhyun sobrevive de trabalhos de meio período com ajuda do que conseguiu manter consigo antes de ter o acesso ao privilégios da família cortado, cursa psicologia e está na corrida para lançar-se como um artista independente, ele crê que o momento está mais perto do que nunca.

* É assumidamente bissexual;
* Consegue ainda viver sem muitos perrengues por ter vendido alguns pertences de valor antes de ter cartão e acesso a casa bloqueados pelos pais;
* Gosta de gatos. Tem três em casa, e a qualquer momento pode ter mais um ou dois.