A barriga do solista fazia um barulho esquisito conforme o carro se movimentava. Ele havia sido obrigado a comer um prato de saladas, mas o que ele desejava mesmo era ficar só na água. O nervosismo de encontrar seu fandom lhe tirou o sono, o apetite e a confiança. Joon, um jovem tão amigável, sorrateiro e brincalhão se encontrava sério, calado e de cara pálida.

— Você vai se sair bem. - Argumentou a manager ao seu lado. — É só um fansign, nada demais.  

Para alguns, o fansign era algo normal, rotineiro, que acontecia regularmente e que divertia tanto os artistas quanto os fandom, mas para Joon era um motivo para não gostarem dele. A maioria dos Miracles cresciam com ele, mas ainda assim existiam aqueles que tinha atitudes de adultos e que poderiam não entender seu jeito moleque. Ele não conseguia se lembrar de um momento em que esteve mais vulnerável do que aquele. Tentava fingir normalidade, mas conforme o carro se aproximava da entrada dos fundos do teatro, ele percebia que seu corpo suava.

Assim que o carro parou no estacionamento, seu segurança o levou para dentro do teatro. Alguns miracles estavam do lado de fora o esperando, mas ninguém tentou se aproximar furando a barreira de educação de espaço. Joon ainda assim conseguiu sorrir e acenar levemente, conforme seus passos o levavam para longe da área externa. Sua manager seguindo atrás dele conferia as redes sociais e realizava um twitter no perfil oficial da empresa informando a chegada do artista no local do evento.

Já no camarim, cercado apenas pela maquiadora convencional e cabelereira, o solista realizava um pequeno stories contando como estava ansioso por aquele momento. Era verdade que ele havia chego, mas conforme o horário de início do evento se aproximava ele sofria de um frio intenso na barriga e precisava do dobro de sua força de vontade para evitar roer as unhas. Nem mesmo conferir os tópicos no twitter lhe acalmava, fato que o fez arrancar o fone de ouvido do bolso e conectar no seu celular, deslizou pela sua playlist diária e logo a voz de Tae-J invadiu seus ouvidos, o fazendo relaxar conforme seus dedos dos pés se mexiam no ritmo da música.

Não percebeu o tempo se passando.

Longos minutos depois, ele vestiu sua roupa já separada para o evento e recebeu algumas instruções do seu segurança pessoal. Havia uma série de regras a se seguir, códigos secretos que entrariam em contato com possíveis situações. Conforme seguia para o centro do teatro, ele ouvia atentamente acenando, tentando focar naquelas palavras ao invés de suas pernas tremendo feita gelatina. Sua manager tomou a frente, seguindo para o palco onde pegou o microfone e como se fizesse aquilo todo dia deu início ao evento, dando boas vindas a todos e apresentando Sooyoung, que lutando contra a vontade de correr se aproximou do palco sorrindo.

Acenou e percebeu os rostinhos animados lhe observando. Ele tinha o fandom mais lindo do mundo. Sentou na única cadeira atrás da única mesa ali e pegou a garrafa de água bebendo um pequeno gole de água.

— Annyeonghaseyo! – Falou pegando o microfone e contendo a tremedeira na voz. — Vocês vieram mesmo, né? Prometeram e estão aqui. – Ele sorriu. — Estou muito feliz de finalmente conhecer alguns rostinhos de vocês e acho que teremos uma tarde muito agradável. – Ele precisou segurar firme o microfone para as mãos não tremerem. — Vamos ver o que vocês prepararam para mim hoje. – Ele falou aquilo e não foi para a plateia.

Ele viu o olhar traquino da suas relações públicas conforme ela se aproximava dele com uma auréola de anjo que se encaixou na sua cabeça com facilidade e em seguida inseriu por baixo um diadema de chifres de diabinho.

— Oh... – Ele riu. — Porque sou ambos, né? – Ele perguntou rindo um pouco mais descontraído e ao lançar um olhar angelical seguindo de um safadinho para a plateia conseguiu arrancar alguns gritinhos contidos das garotas. Em seguida olhou para o seu segurança e com um aceno de cabeça indicou que estava pronto para iniciar a tarde de autógrafo. — Céu ou inferno? Para onde vou levar a primeira pessoa? – Ele indagou rindo um pouco mais, fazendo a menina que se encaminhava para o início da fila corar violentamente. O que ela pensou Joon não queria saber.