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[RP FECHADA] Unavoidable truth

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Hirawa Mirai
Influencer
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Sex Mar 05, 2021 9:47 am

Dia
02 de Março de 2021
Participantes
Hirawa Mirai e Jang Jin Hyun.

Esta RP se passa em Gwanak-gu, no apartamento onde Mirai e Jin Hyun moram. É uma RP fechada e portanto apenas os citados podem participar.
Hirawa Mirai
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Hirawa Mirai
Influencer
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Sex Mar 05, 2021 9:57 am

a small bump unborn
Mirai estava doente havia tempo demais. Até para ela mesma. E parte de si sabia que não podia mais adiar a verdade de si mesma e dos outros, porque ela tinha que fazer alguma coisa a respeito do que quer que fosse. E não era câncer. Por mais que ela tivesse tentado, com todas as forças que possuía, se enganar ou fugir, ela sabia que era outra coisa. Não havia muito que explicasse seu cansaço excessivo, os enjoos frequentes da hora que acordava à hora de dormir, ou a sensibilidade repentina em seus seios que não havia melhorado com o passar dos dias. E parando para pensar enquanto observava as luzes da cidade correndo pela janela do táxi que apanhou para ir para casa, nem mesmo se lembrava se havia menstruado no último mês.

Suas bochechas estavam mesmo um pouco maiores, não estavam?

Seu coração parecia mesmo que iria saltar pela boca enquanto fazia o trajeto de Gangnam até Gwanak, e estava pequeno e apertado. Porque Mirai temia a verdade e a reação das pessoas à ela. Seus olhos ardiam de maneira desconfortável porque a japonesa lutava contra as lágrimas que insistiam em se formar e tentar cair. Ela não precisava começar a chorar naquele momento, mas não era como se pudesse mesmo se controlar de qualquer forma. Só queria chegar bem em casa.

Ela sequer prestou atenção no trajeto de fato, percebendo o fim da viagem apenas quando o carro parou próximo à farmácia que ela havia indicado. Agradeceu limpando as lágrimas que desceram desavisadas e pagou pela corrida, descendo do carro quase com pressa. Sentia-se fraca e debilitada. Comeu no café da manhã, depois de vomitar, e depois não conseguiu colocar mais nada para dentro por medo de acabar colocando para fora depois — o que não se mostrou muito efetivo, principalmente por ter vomitado duas vezes durante a tarde. Havia um leve tremor espalhado por todo o seu corpo, e não era exatamente por causa do frio ainda que fosse possível. Mas ela também não sabia determinar se o tremor se tratava do tempo sem comer nada ou da apreensão que sentia.

Aproximou-se do balcão devagar, engolindo o próprio choro porque precisava esperar pelo menos estar do lado de fora se quisesse abrir o berreiro. Pelo bem do moral que achava que tinha. Sua voz soava tão baixa ao pedir um teste de gravidez que foi preciso falar três vezes até a mulher entender o que ela, de fato, queria. E acabou levando dois. Além de mais balas de gengibre.

Seu estômago estava embrulhado e parecia uma péssima ideia confiar em suas pernas, naturalmente fracas pela sua própria condição, para caminhar até o prédio. Mas também parecia ridículo pedir outro carro só para ir estando tão perto. Ela só precisaria andar devagar porque tremia, e se não prestasse atenção nos próprios passos acabaria caindo. Cair era a última coisa que ela precisava. Apertou um pouco mais o casaco ao redor do próprio corpo, cruzando os braços sobre o peito enquanto caminhava com passos curtos e lentos. Se pudesse andar normalmente talvez seus quarenta minutos de caminhada se tornassem quinze, mas parte de si também queria adiar a volta para casa. Porque chegar significava que faria o teste. E ela continuava a temer o resultado, porque já sabia. Porque não poderia mais negar.

Desistiu de segurar as lágrimas em alguma altura do caminho, mas alcançou o prédio antes do esperado. Sua mente trabalhando o tempo inteiro tentando pensar em outras possibilidades que pudessem explicar um período tão longo de… doença. Mas não havia nada. Limpou as lágrimas ao entrar no elevador, incapaz de subir as escadas sozinhas enquanto suas pernas doíam. Se conseguisse entrar em casa sem tropeçar nos próprios pés seria algo parecido com um milagre. Respirou fundo antes de colocar a senha na porta, tocando o rosto só para garantir que não chorava mais, porque algo lhe dizia que ainda choraria muito naquela noite — ainda que achasse que já havia chorado o suficiente.

Tirou a sacola com os testes e as balinhas da bolsa, pendurando-a e percebendo que a de Jin Hyun já estava ali. Não sabia se era melhor ou pior que ele estivesse em casa, mas suspirou ao retirar o próprio casaco e pendurá-lo também. Retirou os sapatos sem pressa, permanecendo descalça enquanto entrava segurando a sacola da farmácia como se segurasse sua própria vida.

Jinhyun? — Chamou dando passos lentos pela casa, procurando pelo mais velho. Quando ele apareceu pulando seu coração apertou um pouco mais, preocupada ainda com o fato dele ter se machucado no dia anterior. Mas o pé estava imobilizado, então ele havia mesmo ido ao médico. O que era um alívio. Seus passos na direção dele foram ligeiros, mas ele também vinha pulando até si. — Seu pé… você não devia estar quietinho, meu amor? — Perguntou com calma, sua mão livre tocando o braço dele para acariciá-lo, mas acabou aproximando-se um pouco mais, apoiando a testa no peito do maior. Um suspiro pesado escapou por seus lábios, apertando um pouco o braço do namorado. — Eu vomitei… duas vezes essa tarde. Também dormi no chão da cafeteria e não almocei por medo de vomitar. Mas não deu certo, não é? — Contou, deixando uma risada fraca soar no final.

Como se conseguisse, apertou o braço dele um pouco mais e respirou fundo. Se ela pudesse, entraria no corpo dele e sumiria. Para não precisar passar por aquilo. Porque seu coração doía de muitas formas. — Na sacola tem balinhas de gengibre… — começou, respirando fundo outra vez. — E testes de gravidez. — Completou, engolindo em seco antes de soluçar de forma audível. E antes que pudesse tentar evitar, as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, molhando suas bochechas outra vez.

As palavras do mais velho chegavam aos seus ouvidos com suavidade, mas as lágrimas já desciam de maneira incontrolável. Apertou o braço dele ainda um pouco mais, soluçando em meio às lágrimas. Ter ou não. Era uma escolha dela. Ele tinha razão. Ficaria mesmo tudo bem? Seu estômago embrulhou um pouco mais, fazendo-a suspirar ainda com a testa apoiada no peito dele. Precisou reunir muito de sua força, respirando fundo mais vezes do que conseguia contar, até fazer o próprio choro se acalmar, mesmo que de forma mínima. — Você precisa se sentar, hm? — Disse enquanto engolia em seco, erguendo a cabeça sem soltar o braço dele. — Eu vou ao banheiro. E eu já volto. — Completou com outro suspiro pesado, sentindo um bolo enorme em sua garganta, como se já não estivesse chorando o suficiente.

Quer minha ajuda pra sentar? — Perguntou embora soubesse que sua ajuda podia não ser muito válida. Ainda mais levando em conta que suas próprias pernas doíam da caminhada que se forçou a fazer, além de estarem trêmulas pela fraqueza do dia. — Não… — conseguiu murmurar enquanto o acompanhava até o sofá, deixando-se ser puxada para seu colo e aconchegando-se ali, embora ainda chorasse. Deixou que as palavras dele alcançassem seus ouvidos, fungando na tentativa de controlar as próprias lágrimas. De engolir o choro que já caía.

Assentiu de maneira fraca, colando sua testa na dele e fechando os olhos com força como se aquilo fosse espantar suas lágrimas. Respirou fundo apenas mais uma vez, deixando um beijo suave na ponta do nariz dele. Retirou o pacote de balas de gengibre de dentro da sacola, deixando-o na mesa de centro ao se levantar. — Eu já volto, hm? — Avisou ao ficar de pé, sentindo seu coração bater de maneira desritmada no peito. Como se tivesse esquecido como deveria fazer.

Encaminhou-se em passos cambaleantes até o banheiro, sem força ou equilíbrio para andar mais rápido. Fechou a porta atrás de si com um soluço. Fazer o teste tornava a mínima possibilidade em algo real e palpável, e também por isso ela chorava. Jin Hyun havia dito que não iria a lugar algum. Mas e se ele mudasse de ideia? Não era o que ela queria, óbvio, mas era uma possibilidade real. E então o que faria? Fez o teste mais simples primeiro, mergulhando a pequena fita no potinho que a acompanhava e sentando-se no chão para esperar. Abraçada nos próprios joelhos, deixava que as lágrimas escorressem porque não tinha mais forças para lutar contra elas.

Mirai sequer conseguia olhar para o teste enquanto esperava, mantendo os olhos bem fechados enquanto escondia o rosto entre as pernas e o tronco. Cinco minutos pareceram se transformar em horas, mesmo que não estivesse vendo o tempo passar. E sua mente não parava de trabalhar, procurando meios para justificar o quanto aquilo era irreal. Mas não era, então não havia justificativa. E também por isso ela chorava. Ter ou não. Era uma escolha dela. Ela sabia disso. E também sabia o que iria escolher, se fosse o caso. Porque mesmo sendo jovem, era algo que queria. E quem sabia o que aconteceria depois? O que poderia acontecer?

Ergueu a cabeça ao pensar que já havia passado mais tempo do que o suficiente. As duas linhas vermelhas bem vivas e marcadas lhe arrancaram outro soluço da garganta. Um som menos contido e um pouco doloroso. O que ela iria fazer? Por que queria seguir em frente? Não era loucura? Poderia ser. Abriu o segundo teste com a visão embaçada pelas lágrimas, suas mãos tremendo um pouco no processo. Aquele havia sido um pouco mais caro, porque era digital e mais… confiável. Ainda podia ser um falso positivo, não era? Ela iria tentar de novo, por mais que seu coração soubesse que não.

Leu as instruções da caixa com as mãos ainda trêmulas antes de mergulhar o bastão no potinho, ao lado da fita. Teria forças para levantar quando o resultado estivesse pronto? Podia apostar que não, é também por isso ela chorava. Mas agora encarava os testes, observando quão rápido a segunda linha surgia. — Puta que pariu — xingou baixinho em sua língua materna, passando o dorso da mão de maneira quase violenta pelo rosto, tentando secar as lágrimas que ainda caíam. Esperou apenas que os minutos se completassem, encarando a indicação do tempo provável de mais de três semanas no pequeno visor do teste sem horror algum. Era até esperado, visto que parecia uma eternidade que se sentia doente.

Descartou o pote e seu conteúdo, lavando as mãos com mais força do que seria realmente necessário enquanto seus ombros subiam e desciam num choro silencioso, que ela conseguiu conter em algum momento. Lavar o próprio rosto adiantaria? Provavelmente não, mas mesmo assim ela o fez, como se a água da torneira fosse secar suas lágrimas. Pegou os testes feitos, sentindo o próprio corpo fraco demais enquanto saía do banheiro e se arrastava pelo corredor até a sala. Seu coração doía de maneiras diferentes pelo que estava prestes a dizer a Jin Hyun. Mas ele garantiu que não iria a lugar nenhum, certo? Então ela podia ficar tranquila quanto ao que diria, mas doía mesmo assim. Porque sabia que, por mais que o amasse — e Mirai o amava como não havia amado ninguém antes, o amava de uma forma que, sabia, só se ama uma única vez na vida —, o deixaria ir se ele quisesse.

Colocou os dois testes sobre a mesa de centro, parando a alguma distância para tentar encontrar a voz que parecia ter perdido. — Me desculpe — pediu num sussurro, desabando no sofá ao lado dele pelo protesto de suas pernas e abraçando o próprio corpo como se ele inteiro doesse. Mas de certa forma, sentia como se estivesse queimando em febre. — Me desculpe, Jinhyun. — Repetiu, encolhendo-se. — Eu sinto muito… — Como explicaria por que sentia tanto? Porque não estava nos planos deles terem filhos agora, mas ela não queria abrir mão disso. Porque não se sentiria bem o fazendo. Porque, se tirasse, se culparia a vida inteira, não importava que tivesse outros filhos. Seu choro ainda era contido mesmo quando ele a abraçou, mas ainda não conseguia parar de chorar. Soltou o próprio corpo para abraçá-lo, apertando-o contra si com todo resquício de força que ainda lhe restava.

Estou pedindo desculpa porque… — engoliu em seco, soltando um suspiro pesado enquanto procurava sua própria voz. Ele a ouviria bem se continuasse falando naquele tom tão baixo? — Porque acho que é muito cedo, mas não quero tirar. Isso nem faz sentido, mas não quero tirar. — Um soluço lhe escapou e apertou Jin Hyun um pouco mais em seus braços. Sentia-se segura nos braços dele, mas mesmo assim não conseguia parar de chorar. E lá estava ele, outra vez, dizendo que não iria embora. Então ela precisava parar de pensar que “e se”. Porque confiava na palavra do mais velho. — Não chame Koharu, por favor… — pediu em voz ainda mais baixa do que antes, porque já havia magoado demais a irmã na semana anterior. Não precisava de mais essa. Não agora. Falaria com ela depois que fosse ao médico. — Eu só… só preciso de você agora. — Conseguiu dizer de forma menos trêmula, afundando a cabeça no peito dele.

Sentou-se no colo dele quando foi puxada, fungando para tentar conter as lágrimas. Não havia mais para onde correr. Sabia que precisava ir ao médico, principalmente se quisesse comer como uma pessoa normal. E se Jin Hyun fosse mais compreensivo, ela derreteria. Então Mirai apenas assentia devagar a tudo que ele falava, suspirando baixinho para conter o choro. Mesmo assim ainda havia lágrimas que insistiam em escorrer, mesmo que seus olhos estivessem fechados. Abriu-os somente ao ouvir a última pergunta feita a si, levando as mãos ao rosto dele, segurando-o com delicadeza. — Eu quero ficar com você. Continuar com você. — Disse simplesmente, seu polegar desenhando os lábios do mais velho antes de subir por seu nariz e seus olhos. Sua voz era falha pelo choro, mas as palavras eram sinceras. — Porque eu amo você. E gosto de ter uma rotina ao seu lado. — Completou, embora o que tinha dito não fosse nem metade de como ela realmente se sentia. Mas não conseguiria falar sem chorar desesperadamente de novo, e preferia seu choro contido, porque sua cabeça começava a doer tanto quanto suas pernas. — Quero continuar com você — sussurrou por fim, aproximando o próprio rosto do dele e fechando os olhos devagar, colando suas testas uma na outra mas sem unir seus lábios. Apenas mantendo a carícia no rosto do maior, deixando sua respiração misturar-se com a dele. Como se aquilo fosse capaz de acalmar seu coração.

O ar saiu por seu nariz de forma engraçada, apreciando a tentativa dele de amenizar a situação. Ouviu-o com atenção, soltando seu rosto e passando os braços por baixo dos dele para abraçá-lo outra vez. O choro cessava aos poucos, as lágrimas caindo com menos frequência. — Você precisa ficar quietinho, meu amor — disse a ele, inspirando o ar devagar para deixar que o cheiro dele entrasse completamente em seus pulmões. Já tinha alguns dias que havia parado de usar seus cremes e perfumes, porque eles faziam seu enjoo piorar. Mas não havia enjoado do cheiro dele. — Não quero que force o pé e acabe se machucando mais. — Completou, apertando-o um pouco.

Sua voz parecia estar voltando de verdade agora. Mas seu coração ainda palpitava de forma dolorosa. — Eu adoraria sua ajuda pra tomar um banho, mas eu preciso que fique quietinho e cuide desse pé. — Disse, buscando algum bom humor dentro de si. Afastou a cabeça apenas um pouco, erguendo-a para deixar um beijo na bochecha do mais velho. — Vou tomar banho e venho comer. Talvez eu demore um pouco porque… minhas pernas doem. — Admitiu com um suspiro. Ela precisaria se encostar nem que fosse minimamente na parede se quisesse conseguir tomar um banho direito, o que atrapalhava um pouco as coisas. — Mas eu já venho comer. Você já comeu? — Questionou, voltando a levar uma mão ao rosto dele.

Não era como se fosse deixar de se preocupar mas assentiu mesmo assim, sem forças para contrariá-lo naquela noite. Só queria ficar em paz com ele porque achava que mereciam um pouco de paz. Assentiu outra vez, soltando um suspiro mas se permitindo sorrir de maneira suave com a carícia que recebia. Não ia discutir. Precisaria mesmo de algum apoio e cairia na metade do caminho se precisasse carregar uma cadeira sozinha. — A cadeira está bom, hm? Se puder me ajudar a alcançar o sabonete e o óleo vai ser ótimo também — disse por fim, abraçando-o outra vez e afundando o rosto na curva de seu pescoço, inspirando o ar ali profundamente de novo.

A fala dele a fez emitir um princípio de risada, deixando a sombra de um sorriso em seus lábios enquanto ainda o apertava, e a fez também assentir devagar. Fizera uma escolha. E sua escolha a faria se dedicar a cuidar de três pessoas, no mínimo. E Jin Hyun também. Lá estava ela dando mais trabalho a ele. — Acho que nós dois vamos ter bastante trabalho pra cuidar de três… — murmurou, escondida no corpo dele. — Amanhã mesmo eu tento marcar para a próxima semana, hm? — Avisou, tomando nota mental para não esquecer de fazer aquilo. — Acho que não posso mais fugir do médico, não é? — Comentou com uma risada fraca, apertando-o um pouco mais. — Preciso de um banho, anata.

Uma expressão suave de confusão passou por seu rosto quando Jin Hyun apertou seus ombros com um pouco mais de força, principalmente levando em conta a expressão no rosto do mais velho. Mas se tinha uma coisa que ela não esperava naquela noite era dar a gargalhada que deu ao ouvir a pergunta dele. O riso escapou-lhe sem querer, quase espalhafatoso enquanto ela se livrava das mãos dele em seus ombros para jogar os braços ao redor do pescoço dele e apertá-lo com força enquanto ria sem muitos modos. — Ie. Ani. — Soltou em meio à risada, parte de si tentando recuperar o ar que estava perdendo enquanto a outra parte ainda ria. — Meu amor… três… nós… três agora. Somos três agora. — Disse por fim, apertando-o um pouco mais enquanto ainda ria. “É o que eu espero”, completou em pensamento, mas nada disse. — Você, eu e… — afastou-se um pouco dele, soltando um dos braços do pescoço do maior e apontando para a própria barriga. — E essa criaturinha aqui. — Completou sorrindo um pouco, mas deixando um suspiro escapar no final. — Vamos cuidar de nós três.

Ettooo… desculpe. — Pediu, ainda com ar de riso, fechando os olhos suavemente enquanto ele passava a mão por seu rosto. — Vamos… vamos combinar de não ter três filhos. Hm? Que tal? — Soltou ainda sorrindo, deixando a mão que repousava na nuca dele alcançar os fios de seu cabelo, afundando-se entre eles e acariciando-o. Respirou fundo por um momento e acabou repousando a mão que antes apontava para a própria barriga sobre ela, voltou seus olhos também para o local, deixando um suspiro escapar. — Precisamos comer. E tomar banho. E descansar. A semana parece que teve dez dias e ainda é terça-feira… — Murmurou em japonês, suspirando outra vez antes de erguer o olhar para Jin Hyun de novo. — Vamos? — Chamou colocando a mão sobre a dele e inclinando-se um pouco para selar seus lábios com suavidade.

Deixou outra risada escapar com a resposta dele, mais suave dessa vez. — Nada de três filhos, então. — Disse ela em concordância, levantando-se devagar passando a se encaminhar para o banheiro e livrando-se de parte da roupa enquanto o esperava. Observou-o pegar as coisas que pediu antes, logo depois de colocar a cadeira sob o chuveiro. Agradeceu-o enquanto recebia o beijo, esperando que ele saísse para terminar de se despir completamente, ligando o chuveiro antes de se sentar na cadeira. Não era exatamente um jeito muito confortável de tomar um banho, mas pelo menos conseguia ser quase tão rápido quanto se estivesse bem e de pé. Não molhou os cabelos porque não teria força para secá-los e já estava tarde para esperar que secassem naturalmente. Teria saído mais rápido do banho se não tivesse parado para observar o próprio corpo por um momento. Quando aconteceu? Certamente em algum momento desde sua chegada e a semana do aniversário de Jin Hyun, porque depois ela realmente começou a adoecer e nunca mais parou. E talvez não parasse tão cedo, certo?

Levantou-se após retirar o excesso de óleo do corpo, feliz por aquele ainda não lhe causar náuseas como a maioria dos outros produtos que gostava e costumava usar. Secou-se sem pressa, mas enrolou-se rápido para sair do banheiro e encaminhou-se para o quarto apoiada na parede, ainda que a distância fosse curta. Não se preocupou em fechar a porta e sentou-se na cama por um momento, porque suas pernas realmente protestavam. Só queria poder deitar-se e descansar com Jin Hyun, mas sabia que precisava comer. — Me deixe comer hoje — murmurou, abaixando a cabeça na direção da barriga. — Isso é mais por você do que por mim. — Completou com um suspiro, levantando-se para pegar um pijama, embora cogitasse seriamente continuar de toalha até dormir de fato. Vestiu-se devagar, indo até a área de serviço para estender a toalha e só então chegando à cozinha.

Espero conseguir comer… — murmurou, projetando o inferior para a frente e formando um pequeno bico. — Aliás, o que foi no seu pé? Torção mesmo? Quanto tempo tem que ficar imobilizado? Não precisa tomar nenhum remédio? — Ouviu-o atentamente enquanto sentava e observava a comida. Juntou as palmas, curvando-se em frente à tigela e agradecendo pela comida depois que ele terminou de falar, e logo voltou sua atenção para o mais velho. — O que poderia ter sido… o que poderia ter sido? — Perguntou curiosa, alarmando-se de repente. — Jinhyun, você bateu a cabeça quando caiu? Fez exames na cabeça quando foi ao médico hoje? — Prestou atenção na explicação dele, assentindo devagar enquanto tomava algumas colheradas da sopa. — Nesse caso, fico feliz que tenha sido só o tornozelo. Não deixe de tomar os remédios, hm? — Disse, deixando um suspiro quase aliviado escapar. — Passou o dia em casa, não é? Depois do médico. — Perguntou mais para se certificar de que ele só havia pulado por dentro do apartamento mesmo, sem se aventurar do lado de fora pelo menos por aquele dia.

Tomou um pouco mais da sopa enquanto o ouvia, deixando uma risadinha divertida escapar com a revolta fingida. — Estou comendo… devagarinho… só pra ver se aceito melhor, hm? Se fica aqui dentro. — Explicou com um suspiro, mas acabou dando um sorriso divertido na direção dele. — Mas quer dizer que você e o niichan são duas velhinhas fofoqueiras, é? Não podem ficar um dia sem fofocar… — estalou a língua no céu da boca, balançando a cabeça como se estivesse indignada com a situação, e ainda deixou outra risadinha lhe escapar. — Eu fiquei mesmo feliz quando vocês se acertaram, sabia? Porque se… se você não gostasse de mim, eu ainda ia te querer como meu amigo. — Soltou baixinho, colocando um pouco mais de sopa na boca. — E eu ia continuar não querendo vocês dois brigados.

Gostava de vê-lo rir, então apenas tomou um momento para apreciar a risada do mais velho até que ele ficou sério e ela tomou um pouco mais da sopa. Agradeceu a si mesma mentalmente por estar engolindo a sopa quando ele falou do episódio da semana anterior, porque se ela pudesse simplesmente apagaria aquilo de sua memória. Ao menos a parte onde ele pensou coisas terríveis e chegou em casa bêbado e esfolado. Dali para a frente parecia tudo bem lembrar. Assentiu devagar enquanto ele falava sobre Shin ser uma boa pessoa, tomando mais um pouco de sopa. — Pois eu acho que ele é um bobão — disse esticando a própria língua, tentando trazer um pouco de bom humor de volta, porque não queria que o clima ficasse pesado. — Mas é verdade que a gente não escolhe família… — comentou, realmente com ar de riso dessa vez.

Eettooo — soltou com uma risada breve, logo depois de tomar mais sopa. — Hm. Pobre de você… — disse, esticando a mão livre sobre a mesa e tocando a ponta do nariz dele com o indicador. — O que seria de você sem mim? — Perguntou com falso convencimento e exprimindo uma risada divertida, embora suave. “Mas o que seria de mim sem você?” Questionou-se em pensamento, dando outra colherada na sopa. A resposta dele lhe arrancou uma risada divertida, enquanto tomava mais da sopa, mas acabou suspirando. — Espero que seus pais não fiquem bravos por você ser um cara de vinte e sete anos morando num apartamento não muito secreto com uma namorada estrangeira e um filho que ainda não nasceu… — soltou, e acabou torcendo para não parecer triste ou preocupada, embora a ideia deles ficarem bravos realmente a deixassem assim.

Quis protestar sobre a louça, mas acabou apenas concordando porque realmente só queria deitar. Podia acordar mais cedo que ele no dia seguinte e lavar rápido já que havia pouca coisa. Só para ele não se esforçar demais. — Só mais uma colherada, hm? — Avisou, vendo que realmente era tudo que restava em sua tigela, e acabou pedindo licença para levar o recipiente até a boca, tomando a pouca sopa que sobrara. Esticou-se sobre a mesa para pegar as louças que Jin Hyun havia sujado, juntando com as suas e levantando rápido para levar até a pia antes que ele protestasse. — Hora de ir deitar! — Disse, aproximando-se do mais velho e colocando os braços ao redor de seu pescoço, aproveitando que ele ainda estava sentado para deitar um beijo em sua cabeça — já que era a única forma que conseguia ficar um pouco de nada mais alta do que ele. — Vamos? — Chamou, beijando sua cabeça outra vez. Seu estômago não reclamava. O que era bom. Mas a manhã seguinte ainda era um mistério.

Observou atenta enquanto ele se levantava, como se quisesse ter certeza que não iria acabar caindo, e assentiu satisfeita quando ele chamou para ir, encaminhando-se na frente dele. — Eu vou escovar os dentes e já chego na cama, hm? — Avisou, virando rapidamente para trás para olhá-lo antes de ir de fato até o banheiro. Escovou os dentes e lavou o rosto sem pressa, embora tudo que mais quisesse fosse deitar ao lado de Jin Hyun. Seus passos eram lentos até o quarto porque suas pernas ainda reclamavam do esforço, e ela tinha medo que parassem de funcionar a qualquer momento porque não queria cair. Jin Hyun já estava machucado, não precisava se preocupar com uma possível queda dela. Além do mais, poderia acabar machucando o feto. E era a última coisa que ela queria naquele momento.

Afastou-se até a cama, deitando ao lado do maior, repousando a cabeça em seu peito depois de deixar um beijo no local. — Vamos ficar bem mesmo? — Questionou quase de forma inconsciente, porque sua mente não queria mais se preocupar com aquilo naquele dia. Assentiu devagar, apertando o peito dele com delicadeza enquanto se aninhava um pouco mais ali. — Hm… — soltou em concordância, bocejando de forma preguiçosa. — Boa noite, anata. — Desejou, dando outro beijo em seu peito. — Tenha bons sonhos. Eu amo você. — Completou com os olhos já fechados, torcendo para que sua mente realmente se desligasse daquele dia por completo. Só para que ela tivesse, ainda que minimamente, uma noite em paz. E torcia para que Jin Hyun também conseguisse dormir. Porque eles mereciam uma noite de descanso. Os dias seriam longos dali em diante.
Hirawa Mirai
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Jang Jin Hyun
Dispatch
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Sex Mar 05, 2021 10:05 am

Is it the same as me?It’s a secret
Jinhyun estava cozinhando na vã esperança de que Mirai comece se não vomitasse. Só por uma vez, ele esperava que Mirai conseguisse comer. Mas aquilo parecia impossível. A japonesa passava a ele o sentimento determinante de que ela estava grávida porque não havia mais nada que pudesse explicar todos aqueles sintomas, que ele vira na irmã e na cunhada durante suas gestações, além daquele único e determinante fato: Mirai estava grávida. E era dele, obviamente. Ele sequer discutiria tal fato e acreditava que mesmo que uma ida ao médico pudesse dizer o contrário, para ele a verdade era aquela. E se não fosse seu, uma possibilidade que ele jamais cogitaria de verdade, não saberia o que sentir. Alívio ou tristeza?

Mas havia o problema de que ele não queria ter filhos. Preferencialmente, nunca. Ainda assim, estaria com Mirai independente do que ela decidisse. Não a deixaria enquanto a amasse e, suspeitava, poderia amá-la pelo resto da vida. A voz dela, chamando-o, fez com que ele pulasse até a sala, onde poderia ser visto da entrada ou do corredor que levava para o banheiro. — Hm? — sorriu por um instante, mas acabou ficando sério ao ver a sacola na mão dela e a expressão chorosa e avermelhada em seu rosto. — O que tem na sacola, Mirai-ah? O que aconteceu, hm? — perguntou baixinho, pulando até ela.  

— Se eu não colocar peso, está tudo bem! — suspirou baixinho e a observou com atenção, passando os dedos por seu cabelo com cuidado enquanto a ouvia falar. Seu coração se apertou um pouco. Queria tanto que ela conseguisse comer. Ela precisava comer. Especialmente se estivesse mesmo grávida. Mirai precisava se alimentar de maneira adequada. — Certo. — apertou com cuidado os ombros magros. Era tudo que poderia dizer. Queria dizer algo mais, mas não sabia o que. — Eu… — suspirou.

— Faça, hm? Nós dois sabemos que pode ser, não é? Faça. E se for, você escolhe. Ter ou não. Eu não vou a lugar nenhum. E posso amar vocês dois — sua voz era surpreendentemente firme. Até para ele mesmo. Respirou fundo e mordeu o inferior com alguma força. Esperava ser capaz de cumprir o que falava porque não queria rejeitar a criança. Pior, não queria rejeitar Mirai. — Tudo bem, Mirai… vai ficar tudo bem. Não precisa ter medo, meu amor. Eu estou bem aqui, hm? — sussurrou calmamente, se curvando para beijar o topo de sua cabeça. Ele queria se desesperar. Queria chorar com ela. Mas não iria. Porque ela precisava dele. Então, ele precisava ser… forte. Aguentou por um tempo, apenas lhe fazendo um carinho antes de se afastar suavemente dela para olhar seu rosto, mesmo que pelos cantos dos olhos.

— Eu consigo me sentar, hm? Suas pernas estão bem? — sussurrou calmamente antes de arrastar-se devagar até o sofá, levando Mirai consigo para seu colo. — Mirai. Eu falei sério, hm? Não estou indo a lugar algum. Por favor, não chore. Vai estar tudo bem se você não quiser ter um bebê agora. Vai estar tudo bem se você quiser um bebê agora. Se for o caso, aconteceu. E não é culpa de ninguém, Mirai… de ninguém mesmo. — acariciou a bochecha da garota com o polegar e respirou fundo outra vez. — Faça o teste, sim? Eu te espero aqui. — murmurou, mordendo o interior da bochecha.

A observou se levantar e ir até o banheiro. Queria poder ligar para alguém. Para Shin talvez? Talvez. Pedir para ele tentar ir lá com Jisook e fazer alguma coisa para acalmar o choro quase compulsivo de Mirai. Mas ele não tinha muito tempo com a própria namorada e não seria Jinhyun quem atrapalharia ainda mais a rotina já limitada deles. Então, pensou em ligar para Soomin. Porque precisava falar com alguém enquanto o relógio não andava nunca. Quanto tempo levavam aquelas coisas? Ele bufou e se afundou no sofá esfregando o rosto como se aquilo o fosse tirar dali ou impedir os testes de darem positivo se tivessem de dar.

Pegou o celular e abriu o navegador, pesquisando quanto tempo levava para uma daquelas coisas ser feitas e a demora de Mirai foi entendida como um positivo. Era isso, não era? Ele se levantou, mas caiu de novo no sofá ao ouvir a porta abrindo, olhou para os testes em cima da mesa e agradeceu por não ter que perguntar a ela o que era cada resultado. — Mirai. Mirai, por que você está me pedindo desculpa? — perguntou baixinho, não era hora de entrar em pânico. Mas por que ela pedia desculpas? Era dele, não era? Sentiu o coração falhar uma batida. Será que ela havia ficado com alguém antes de voltar? Ainda assim, não importava, certo? Se levantou e a abraçou pelos ombros, acariciando o cabelo dela com cuidado.

— Tudo bem. Nós vamos dar um jeito… tudo bem, Mirai.  — suspirou baixo e de maneira pesada, o que iria fazer para acalmá-la. — Você quer que eu ligue pra sua irmã? Precisa dela? — murmurou um tanto desnorteado. O que ela tinha? Por que não conseguia se acalmar nem um pouco. — O que você quer fazer, hm? Precisa ir ao médico de qualquer maneira, certo? Vamos dar um jeito, hm? Eu não vou pra lugar nenhum. — a resposta dela o fez suspirar baixinho, mas não mudou o que ele pensava. Iria ficar com ela e cuidar dela, assim como da criança.  Não havia problema em fazer aquilo por ela e pelo bebê. A apertou um pouco mais e beijou o topo de sua cabeça. — Tudo bem. Tudo bem, Mirai. Não precisa fazer sentido pra mais ninguém além de você. Vamos ficar bem, hm? Eu… isso é estranho. Eu sei que é. Mas vai dar certo, Mirai. — a puxou para sentar-se em seu colo quando se aproximou do sofá outra vez.

— Você vai marcar um médico. E vamos ver se vocês estão saudáveis. E pedir algo pra você parar de vomitar tudo que come porque, juro por Deus, é a única coisa que me incomoda agora, hm? — beijou a bochecha da mais nova, sentindo-se estranhamente aliviado. Ele realmente preferia um bebê do que um câncer, ainda que nunca na própria vida tivesse pensado que poderia ser capaz de criar um ser humano. — Não fica assim, Mirai… não fique, hm? Nós vamos dar um jeito. Vai ficar tudo bem. Você… o que quer fazer, hm? Em relação a nós dois? — sussurrou, passando o dorso da mão pelo rosto molhado da menor, limpando suas lágrimas.

A resposta dela o acalmou. Porque temia que ela dissesse que queria ir embora, voltar para o Japão, e ficar com a própria família. Então, a apertou um pouco mais com um dos braços, continuando a acariciar seu rosto e limpar as lágrimas insistentes. — Você precisa tentar se acalmar. Ou vai desidratar, hm? — mordeu o interior da bochecha ao tentar fazer uma piada ruim, ruim demais até para o gosto dele. — Quer tomar um banho? Eu te ajudo… ou faço um chá pra você, hm? E então… então você pode só… não sei. Beber o chá e comer. E deitar pra descansar, hm? Você precisa descansar. — apertou um pouco a cintura da mais nova e apoiou suavemente o queixo sobre sua cabeça ao puxá-la mais para perto. — Vai ficar tudo bem, Mirai.

Ele a ouviu com um suspiro baixo. — Meu pé está bem, Mirai. Não se preocupe, hm? Por favor. — olhou-a com um meio sorriso e passou os dedos por seu cabelo com delicadeza. Franziu a própria expressão ao ouvi-la falar que as pernas doíam e tentou protestar um pouco. Se ela caísse não seria boa coisa, não é? Ainda mais agora que ele não estava em condições de correr ou carregá-la. Embora duvidasse que não faria nenhuma das duas coisas se precisasse socorrê-la. — Tem certeza que não quer ajuda? — ele negou com a cabeça. Não, ele não havia comido ainda. — Estava esperando por você. Eu posso levar uma cadeira pra você se sentar e banhar, hm? — murmurou, acariciando suavemente o couro cabeludo da menor.

Jinhyun sorriu para Mirai e assentiu devagar. Ele era capaz de manter o equilíbrio quando estava em terra firme e sóbrio. Não era desastrado. Mas ele não podia dizer para Mirai que havia caído do terceiro andar de um prédio, não é? O pensamento o fez rir fraquinho. — Sei que você acha que eu preciso me cuidar, mas ei. Você agora precisa ser cuidada por dois, então… por favor, hm? — apertou-a contra o próprio corpo com delicadeza e beijou o topo de sua cabeça antes de afundar o nariz em meio aos cabelos escuros da garota. Era estranho pensar que ia ser pai quando nunca cogitara a possibilidade, mas agora era algo que ele - e Shin - precisariam levar para o túmulo. — Me avise quando for à consulta, hm? Eu vou conseguir um jeito de ir com você.

Ele ficou um pouco mais aliviado quando ela pareceu um pouco mais calma ao abrir a boca. Mas uma pequena parte da fala dela fez seu cérebro entrar em curto: três. Como assim “três”? Eram três crianças? Como ela podia saber daquilo? Aqueles testes diziam aquela informação? O que ele faria com três crianças? Seus pensamentos pareceram rápidos demais e ele tinha certeza de que estava com uma expressão de choque. Sequer ouviu o que ela continuou a dizer, embora balançasse a cabeça em concordância. Segurou Mirai pelos ombros com um pouco de força antes de verbalizar a pergunta como um sussurro. — Mirai. Três? Três? Os testes dizem esse tipo de coisa ou? — piscou algumas vezes, atônito demais para digerir tudo de uma vez. Ele se sentiu… burro.

Não havia outro jeito de dizer aquilo ou listar de uma maneira mais gentil. Ele se sentia idiota por ter feito aquela pergunta. Porque, na verdade, não sabia como funcionavam aquelas coisas. Ainda assim, apenas assentiu devagar, relaxando um pouco quando Mirai lhe explicou sobre o que estava falando e, eventualmente, acabou rindo da própria ignorância. — Por Deus, eu pensei seriamente… Mirai… — riu um pouco mais e segurou o rosto da garota entre as mãos. — Eu já estava pensando que nós definitivamente precisávamos que alguém morasse aqui com a gente. Porque talvez eu ficasse louco de verdade. Você quase me mata do coração. — passou a destra pelo rosto e a olhou com um sorrisinho.

— Acho ótimo não ter três filhos. Eu provavelmente acabaria numa camisa de força. — riu um pouco, passando o polegar pela bochecha macia da mais nova. A observou falando em japonês, aparentemente com a própria barriga, e assentiu devagar enquanto esperava que ela se levantasse para poder fazer o mesmo e ir buscar a cadeira para que ela se sentasse durante o banho. Colocou-a debaixo do chuveiro e pegou o que a mais nova havia lhe dito antes que poderia precisar. — Vou esperar do lado de fora, hm? Te dar um pouco de privacidade — murmurou, deixando um beijo gentil sobre o topo de sua cabeça. Ele queria muito falar com Shin. Mas não podia. Então, precisaria esperar que Mirai lhe dissesse que tudo bem para poder desabafar.

Ele esperou até que ela terminasse o banho, esperando para ver se ela precisaria de alguma ajuda, mas no fim das contas ela foi ao quarto sozinha. De todo modo, ele se manteve ali por um tempo, ainda pensando sobre como sua vida podia virar de ponta cabeça tão rapidamente. Acabou, no entanto, indo até a cozinha para arrumar a mesa com as tigelas de sopa e os talheres, sentando-se ali para esperar a mais nova.

— Hm? — riu um pouco ao pensar sobre como responder. — Só analgésicos. E tala até sexta. Eu só torci mesmo. Não foi nada demais… eu estou bem, mesmo. Em vista do que poderia ter sido… — encolheu os ombros, olhando-a de forma atenta. A olhou com atenção e mordeu p interior da bochecha. — Foi um tombo feio. Bati tudo. Costas, cabeça… mas só meu tornozelo quem se deu mal nessa história. Até a câmera e o celular ficaram inteiros! — riu um pouco e tomou um tanto da sopa. — Hm. Sim. O médico quis ter certeza. Disse que poderia ter "algo silencioso"...

Jinhyun ficou feliz com ela se contentando com o tombo sem detalhes. Então, apenas moveu a cabeça em concordância e sorriu levemente. — Claro! Hoje eu precisei fofocar com Shin por telefone, foi bem triste na verdade… e ele nem me deu muita bola porque estava indo ficar com Jisook! Um absurdo! — fingiu-se de revoltado, tomando um pouco mais da sopa. — Você não vai comer? — assentiu em concordância, olhando-a com atenção antes de cair na risada. — Hm! Porque nós ficamos sem fofocar um dia! Esqueceu? — riu um pouco mais e mordeu o inferior com alguma força, ficando sério. — Eu… fiquei chateado com ele. Mas acho que nem devia… porque parece idiota, ainda mais agora. E depois do que pensei dele… — coçou a cabeça, respirando fundo. Ele nunca conseguiria se perdoar por aquilo. Nunca. Assim como nunca podia se perdoar por nada. — Mas ele é bom, Mirai. É mesmo uma pessoa legal. Uma boa pessoa, hm?

Ele a ouviu e achou de bom tom não falar o que pensara. Não se pode escolher família, mas era possível escolher um namorado, marido ou pai para os filhos. E ele não era bom em ser nenhum dos três. Ainda assim, riu baixinho e assentiu devagar. — Não é porque ele é bobão que ele é uma pessoa ruim. E acho que eu só teria ele mesmo se você tivesse fugido com Jisook para se casar em Vegas, não é? Pobre de mim. — fingiu mágoa, rindo soprado em seguida antes de consumir mais da sopa.

Ele acabou rindo um pouco e terminou a própria sopa. Então, coçou o queixo como se fingisse pensar. — Vejamos… eu seria um cara de vinte e sete anos que tenta convencer diariamente os pais que não estava na casa secreta com a esposa secreta e três filhos secretos! — ele riu um pouco mais, observando-a comer com um carinho quase luminoso em seus olhos. Jinhyun a amava. De maneira verdadeira e definitiva. — Quando terminar aí, podemos ir deitar, hm? Eu lavo a louça amanhã. — assentiu ao ouvi-la, murmurando que não havia pressa e a observou reunir as louças enquanto ainda ria por ela ter bebido todo o conteúdo da tigela sem usar a colher.

Acabou um tanto contrariado, voltando a pensar que não parecia ser justo que Mirai não aceitasse o modo como ele era: quase completamente independente. Mas ele não queria contraria-la agora sobre a maneira, ao ver dele, excessiva como ela parecia querer cuidar das pessoas ao seu redor. O que não era um problema. Desde que a pessoa não fosse ele. — Vamos, hm? — se colocou de pé e esperou que Mirai fosse na frente para que ele pudesse pular até seu quarto. Ele devia ter escovado os dentes, mas na verdade, só queria mesmo deitar um pouco. Ainda assim, concordou quando Mirai disse que iria ao banheiro primeiro, mas acabou se afundando na cama assim que colocou o pijama. Ele tinha muito em que pensar e não sabia, exatamente, o que faria em relação a tudo que havia acontecido nas últimas horas. Não iria embora, era claro em sua mente. Mas ainda precisava pensar em muitas coisas naquela altura do campeonato.

Porque no ano seguinte, seria o ano em que ele teria de se alistar. Se fosse idol, teria até os trinta, mas sendo um cidadão comum, a idade era vinte e oito. E ele estava quase lá. Em momentos como aquele, ele desejava não morar com Mirai só para ter onde descontar toda sua frustração sem que ela soubesse. Então, apenas permaneceu imóvel na cama, abraçando-a quando sentiu o peso dela sobre o próprio corpo. — Vamos sim. De um jeito ou de outro, vamos resolver as coisas, hm? — a apertou com delicadeza e inspirou com força, sentindo o tornozelo latejar um pouco. Ainda assim, não falou nada sobre aquilo. — Vamos dormir um pouco, hm? Precisamos descansar.

Jinhyun a ouviu com um sorrisinho, apertando-a um pouco mais em seus braços, com certo cuidado. — Boa noite, Mirai. Tenha bons sonhos… amo você. — suspirou de forma pesada ao mergulhar os dedos em seu cabelo e acariciar sua cabeça enquanto fechava os olhos, esperando dormir.
Jang Jin Hyun
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Registro da Personagem
Profissão: Jornalista
Pontos de Popularidade: 8.620 (Idol)

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