Mayu tinha recebido outra leva de demos enquanto ainda se preparava para as gravações de Bloom, o photoshoot e MV, ainda praticando as danças de Be Natural e Automatic, junto com a decisão final da empresa de não promover a title do álbum e apenas apresentar algumas poucas vezes. Diferente das semanas que passava frequentado os music shows e o motivo era o álbum que seria relançado adicionando mais três canções. Era um bom plano e ela tinha concordado com facilidade quando Byeong Hoon apresentou as ideias da empresa. A perspectiva de apresentar a coreografia de Be Natural de salto e em cima das cadeiras ainda era meio assustador, se fosse admitir para si mesma. E, de todo modo, as novas canções eram ótimas. Meio agressivas e pareciam conversar com o conceito florido do primeiro álbum, dando um novo sentido ao florescer.

E o tempo pareceu correr entre ensaios e gravações, tanto que parecia que ela apenas piscou e já estava novamente no estúdio, cumprimentando os produtores e funcionários. Aquela era uma quinta-feira, mas parecia uma segunda, pelo cansaço que sentia, mas Mayu tinha tomado todas as suas vitaminas e comido bem — mesmo que odiasse comer tanto nas primeiras horas da manhã, em tempos como aquele se não cuidasse bem de si mesma acabaria mais magra do que já era. E, ser mulher naquela indústria ainda mais de outro país, por si só era um problema. Tudo o que fizesse poderia ser motivo para críticas, até mesmo coisas simples e estúpidas. Como aqueles rumores de que estava namorando com Yui, quando a outra estava claramente ansiosa para beijar rapazes, especificamente um. Mas ela não tinha muito o que fazer a não ser tentar não ser criticada e cancelada.

Naturalmente, depois de entrar no estúdio ela não demorou tanto assim a entrar na cabine de gravação, com duas garrafas pequenas de água e papéis contendo a letra das músicas com suas anotações. Cumprimentando novamente os produtores, nunca fazia mal ser educada demais.

Who dat who dat who dat boy
sumaneun saram sok nune ttin
mushimhan geu pyojeong I like that
nae hogishimeul jageukaji

Bad Boy era uma música interessante, as letras eram... meio engraçadas, mas Mayu sabia como levar a coisa a sério, sabendo que aquele seria um conceito girl crush ou coisa assim. Então ela perguntou à produtora como deveria começar aquele verso, se havia alguma entonação específica, mas ela negou, então sem mais demoras ela começou a gravar o primeiro verso da canção. O início do instrumental era ótimo, mas ela não aproveitou a música como sempre faria, controlando a respiração e prestando atenção às palavras que cantava, mantendo as mãos em volta ao papel com as anotações que tinha feito. O verso inicial era fácil levando em conta que era confortável para Mayu cantar, com um ritmo não tão rápido e não tão devagar. E, antes que pudesse realmente perceber o verso foi finalizado, mas ela quase tinha dado continuidade a música, o que a fez rir. Naturalmente ela ainda gravou aquele mesmo verso algumas vezes antes de estar realmente satisfeita com sua voz.

dalla dodohan nal utge hajana
aljana yojeum naega Hot ah ah
nal boneun shiseon neodo neukkyeo bwa

O seu outro verso era mais melódico e exigia mais da sua voz, então Mayu bebeu um pouco de água antes da gravação iniciar, com o papel dobrado na mão, acompanhando onde as letras estavam. Quando o instrumental começou a tocar de novo ela se concentrou, deixando sua voz se estender na primeira palavra da estrofe, respirando de forma correta e deixando toda a técnica vocal que tinha aprendido ao longo do tempo influenciar na forma como cantava. E talvez estivesse concentrada demais que acabou perdendo o tempo no meio do verso, precisando reiniciar a gravação, com a informação dos produtores de que estava indo bem. Era o que ela precisava para se motivar novamente, daquela vez conseguindo realmente finalizar aquela parte.

hollin deut nal ttarawa
modu hwanhohae neodo got Ooh ooh
anin cheokaedo neon Ooh ooh
han beon naegireul haebolkka

O refrão deixava claro que, apesar de ter achado aquele homem interessante, quem estava no controle no final das contas era a garota e isso ficava evidenciado nas outras partes da música, então Mayu tentou passar isso em sua voz, aquele aspecto de quem estava ganhando e que sabia exatamente o que estava fazendo. Se fosse levar em conta que não tinha realmente vivido uma situação assim em sua vida, não poderia nunca cantar daquela forma, mas sua experiência em doramas e dramas era muito alta. E, de todo modo, ela acabou respirando e controlando a própria voz enquanto cantava, colocando alguma intenção no que fazia, com o intuito de tornar aquela parte mais interessante. Quando a gravação parou ela finalmente bebeu um pouco de água, pronta para continuar a gravar as outras partes.

As pausas entre uma canção e outra eram ótimas para que Mayu pudesse buscar alguma inspiração para cantar a próxima música. Se Bad Boy era sobre conhecer um garoto 'diferente' e fazê-lo ficar de joelhos, Rumor era uma música cheia de feridas de um relacionamento que parecia não ir para frente, com o rapaz contando mentiras e a moça ouvindo os rumores e fofocas sobre o que ele estava fazendo, tentando confiar nele de alguma forma. A música tinha, em sua visão, explosões de raiva que Mayu pessoalmente nunca enfrentou. Nem mesmo depois de assistir filmes que a deixavam estressada com a burrice dos personagens. Mas tinha treinado o suficiente para que modulasse a voz de uma forma que parecesse que estava com raiva ou muito frustrada, que era o que era necessário para a música em algumas partes. Com isso, ela apreciou o tempo que tinha para preparar-se para a música que gravariam na sequência, não hesitando em entrar na cabine quando uma produtora a chamou de forma suave.

neon Toxic pagodeureo
nae mameul eojireobge hae
nan dashi ppajyeodeureo

O primeiro verso era calmo e não tão complicado, já que ela precisava soar meio indiferente, como se estivesse colando os fatos na mesa ou talvez o eu-lírico estivesse tão frustrado com a situação que não sentia mais tanto assim, ao menos no começo. Pensando assim ela não sabia como reagiria se descobrisse mentiras e traição de alguém que confiava, não necessariamente um namorado... ou namorada. Mas não adiantava pensar nisso, então ela se concentrou em cantar os primeiros versos, respirando com a técnica que tinha aprendido, finalizando o verso antes do que tinha esperado. Já pronta para gravar novamente.

dareun yaegideureun mojori da bultaeweojweo
geopdo eopshi dallyeoganeun nal makjin marajweo
sseuldeeopshi tteodanineun somun somun somun
nan gwireul makgo neo hanaman
mideo mideo mideo Boy

Aquela música tinha um rap agressivo e Mayu tinha suado um pouco para aprender a cantar sem acabar se embolando completamente, então quando aquela parte chegou ela pediu um momento para respirar e beber água, já indicando aos produtores que iria precisar as uma maior paciência deles, o que fez com que rissem, achando graça da miséria dela. E quando realmente começaram a gravar aquela parte inicialmente Mayu tinha conseguido cantar tudo, porém a entonação tinha sido completamente errada e sem flow, o que fez com que o áudio fosse descartado, começando mais uma vez. E colocar algum swag fazia com que errasse algumas partes, mas os produtores pareciam pacientes em explicar para ela o que estava errando e, depois do que pareceram horas, ela finalmente saiu daquele rap.

deullineun yaegideul mitgo shipjineun anchiman
daeche wae nan jigeum ne jeonhwal pihago inneunji

O refrão não era tão complicado assim, nem mesmo o high note, já que havia tempo o suficiente para que pudesse respirar. As piores partes eram os raps, definitivamente, então ter conseguido passar pelo primeiro tinha sido o suficiente para motivar Mayu a cantar o restante da música, se sentindo mais capaz de fazer qualquer coisa. E aquela parte, logo após o refrão, era um pausa ‘neutra’ entre as explosões, mas havia alguma dor naqueles versos. Então Mayu se concentrou em cantar, respirando quando o instrumental se tornava mais encorpado, em uma preparação para o rap. Mas a gravação parava antes, então ela respirou e se preparou para sofrer, literalmente.

A última música era a mais pesada entre todas as canções, até mesmo o instrumental era... diferente. Acompanhando o drama da música. E ela tinha respirando fundo algumas vezes enquanto escutava a demo de Cry For Me, se preparando para a tragédia que era aquela música. Honestamente se alguém lhe mandasse textos com as letras da canção ela provavelmente ficaria muito preocupada e pediria algumas medidas restritivas a polícia, pois certamente terminaria em assassinato ou suicidio, talvez ambos. Mas de todo modo Mayu não pensou muito, afinal o tema do álbum era um pouco mais sombrio do que o usual. Respirando fundo quando a produtora pediu para que retornasse a cabine, encaixando os fones de ouvido e concordando em começar a gravação, meio feliz por ser a última música do dia.

I know gochyeo sseul gachido eoptan geol
hajiman geunyeowa dalli nan neol
shwipge nwajul mami eopgeodeun

O primeiro verso começava lento, acompanhando o instrumental que crescia à medida que os versos iam passando, até chegar ao refrão que tinha uma batida mais agitada, mas ainda estranha. Mayu não teve dificuldades para cantar aquela parte, respirando como deveria e não pronunciando nada de forma errada. Não era difícil, muito pelo contrário, mas ela levava o trabalho a sério, então tinha sido ideal que gravassem mais algumas vezes antes de seguir para as outras partes.

I want you to cry, cry for me
naega ureotteon geotcheoreom Cry for me
Make your rain fall
Cry for me but
Again

O refrão era mais complicado por conta das partes em inglês, mas a demo tinha ajudando muito mais a pronunciar e passar entre o inglês e coreano sem parecer uma criança de três anos que ainda embolava algumas palavras. Felizmente Mayu tinha conseguido sobreviver à primeira gravação sem se envergonhar ou coisa assim, porém o tom que tinha utilizado deveria ser mais alto, então eles recomeçaram, sua voz daquela vez subindo muito mais do que tinha. O resultado tinha sido bom, mas ainda parecia faltar alguma coisa, continuando a gravar até que estivessem satisfeitos.

amugeotto moreuneun cheok
Baby just like real love
majimak gihweya eoseo
boyeojweobwa your true love
Bad boy bad boy
yeah you really make me
a sad girl sad girl

Os versos eram mais calmos, ao menos começavam calmos. Então Mayu bebeu alguns goles de água e se concentrou em começar a cantar, segurando o suporte do microfone e enrolando o cabelo com a mão livre, evitando pensar em como aquelas letras em nada tinham relação com ela. A sua primeira gravação não tinha ficado tão boa assim, por faltar um pouco mais de explosão quando era necessário, então ela acabou pedindo para gravar novamente, já sabendo que o fariam de todo modo.