Deveria ser fácil dirigir uma empresa daquele porte, com demanda para vários artistas e um forte concorrente no mercado artístico. Mas, não era. E não porque Sang-woo não tinha visão, a sua mente trabalhava a todo o momento em novos projetos. O único problema do ceo eram os acionistas que ficavam cheirando o seu cangote. O grupo seleto de homens e mulheres com poderes absurdos fazia cobrança a todo o momento. Todavia, não era problema de Sang-woo se os artistas não estavam produzindo.

A dong Yul contava com uma ótima área empresarial, instalações de ponta e funcionários capacitados. Ele bem que tentou obrigar a alguns lançarem seus comebacks ou talvez até mesmo os debut, mas o que faltava na empresa era um novo conceito. A empresa era antiga e como tal os jovens artistas procuravam coisas novas e a Dong Yul nunca ficava no topo de suas escolhas.

— Eu estou falando – Ele se encontrava na sua cadeira de reunião, cercado por vários acionistas e alguns empresários do ramo. Ele já havia consumido seis xícaras de café só naquela reunião que durava mais que quarenta minutos. — Precisamos de uma nova visão para a empresa. E isso infelizmente não posso fazer sozinho, não tenho poderes para tal ato. – Esfregou a têmpora, começava a apresentar sinais de estresse e fadiga. — O público hoje é bastante atento as redes sociais, projetos de caridade. Uma empresa pra ser bem sucedida não deve ter apenas bons artistas, precisa ganhar a confiança dos que consomem seus lançamentos.

Era impressionante como ninguém conseguia se calar para o outro falar. Todos queriam falar ao mesmo tempo e aquilo só dava vontade de Sang-woo gritar também, mas não poderia. Infelizmente ele havia pego a empresa em um pior momento, os melhores artistas optavam pelas concorrentes, ninguém queria fazer negócios com a Dong Yul. E ele tentou de várias formas e maneiras. Em alguns momentos ele se perguntava se não deveria largar aquele cargo e retornar a ser um simples produtor. Mas, sua mulher sempre dizia que ele deveria perseverar que em algum momento a era de ouro chegaria.

— Eu criei um plano de meta que está na frente de cada um dos senhores. – Ele lembrou aos acionistas. — Nele eu dediquei horas do meu dia livre para selecionar caminhos. O futuro hoje não é mais ser um simples conservador. A Coréia do Sul está mudando, as pessoas estão abrindo suas mentes e não podemos ficar sentados atrás de uma mesa enquanto os jovens exploram as possibilidades, temos que explorar juntos.  

No plano de início de ano, Sang-woo havia não somente separado ideias que foram pensadas em conjunto com a sua equipe pessoal, mas também de experiências que havia tido na Europa e nas Américas. Para isso precisou entrar em contato com as emissoras mais populares da Ásia, mas ninguém lhe deu ouvidos. Aparentemente ele não era importante, conhecido ou relevante o suficiente para valer pelo menos um encontro casual durante o café para desenrolar as ideias de trabalho. E como não havia sido bem correspondido, havia corrido na frente e procurado um meio interessante e não muito convencional de colocar em prática os seus planos.

— O que precisamos agora é atrair os olhares do público e como nossos artistas estão parados, nós teremos que fazer o trabalho duro. – Ele ficou de pé, pegou um controle remoto e apertou o botão play. Felizmente pelo momento onde o curto vídeo de quatro minutos ficou no ar, nenhum acionista falou nada. Se Sang-woo soubesse que para calar a boca deles era só ligar a televisão, teria feito aquilo de início. — E aqui nós temos os projetos Dong Yul, 2021. É algo arriscado? Sim, principalmente levando em consideração que nosso último projeto de fim de ano foi um fiasco. Não devemos nos prender pelos erros passados, tanto porque uma hora se torna um acerto.

Ele se sentou novamente com todos os olhares sobre ele. Ele adorava aquele tipo de atenção, as pessoas finalmente viam que ele não estava ali para ser apenas mais um. Claro, poderiam chuta-lo do cargo quando a empresa decolasse novamente, mas o seu nome ficaria gravado em cada corredor como o ceo que arregaçou as mangas e trabalhou duro.

— E o que me dizem? – Ele indagou juntando as mãos por cima da mesa, o seu olhar se prendia a cada outro ali apresente. — É arriscado? Sim! No entanto, acho que é o caminho. E se vocês acharam isso ousado, é porque não viram os programas de marketing que preparei para o primeiro semestre desse ano. É coisa de louco!