ISAC gotta go fast!

Correr havia sido uma necessidade desde que Hayoon se lembrava como gente. Mas era impossível dizer que não estava empolgada para competir contra algumas colegas — a diversão que a competição individual tinha era similar a um arrepio na espinha da coreana, a fazendo saltitar na direção em que deveria se posicionar para iniciar a corrida. Assim que começou a ser anunciado o início, direcionou um sorriso a todas as outras competidoras — um ato de educação que fez sempre questão de fazer quando iria competir contra cara a cara com outras pessoas — antes de curvar seu corpo para frente, em posição de preparação. Agora o jogo começou de verdade.

Foi uma contagem de três até o disparo, três segundos que fizeram Cho parar para conferir se tinha tudo em controle. Sem coceira? Ok. Sem machucados que pudessem arder depois? Fantástico. Agora só faltava uma coisa. Puxou o ar, rapidamente o soltando pelas narinas. Naquele momento, não precisava de foco. Precisava de resistência e destreza. Tinha isso, não tinha? Fora elogiada por seu fôlego de ouro nos treinos. Então era só executar, não desviar o olhar da pista e apagar completamente a existência de um público. Fácil, não? Iria descobrir agora.

Mentalmente, colocou um panorama: a linha final era o último ônibus que ia diretamente para casa e ela estava atrasada para o jantar. Um conceito completamente bobo que iria suavizar toda a tensão dois olhares em seu ombro com certeza. Quase podia ouvir o grito de sua mãe em seus ouvidos, avisando que a comida esfriava e só faltava Hayoon na mesa. Conseguiu soltar uma risada com esse pensamento, sua ação final antes de disparar a correr, completamente alheia aos seus redores. Esperava e torcia fielmente para que nenhuma das garotas com quem competia tivessem caído em algum momento, já que seu senso de justiça bateria forte, o que seria uma distração, com certeza... E também porque não queria ver nenhuma delas se machucando, obvio!

Não teve tempo para repreender os pensamentos intrusivos, apenas focada em alcançar a faixa com ar nos pulmões. Correu e muito. Não tinha sequer uma medida: quarenta horas na esteira não eram suficientes para comparar com a sensação de seu corpo ao ultrapassar aquela marca preta e branca no chão. Se agachou assim que alcançou, ficando ali por alguns segundo antes de limpar o suor pouco visível que havia descido por seu rosto. Assim que subiu o olhar novamente, deu de cara com Jihye e Sumin, o que — pela surpresa que havia sido — tirou uma risada da Cho. Com ajuda das duas, se pôs de pé e acenou para Lihua. Era o fim, e os resultados eram o que eram. Se manteve perto das outras enquanto bebia um pouco de água, se recuperando da exaustão.