Young Mi ainda estava promovendo Why quando o fim do mês chegou. Ela tinha a respiração pesada e seu coração batia acelerado enquanto ela se colocava a pensar sobre o quão longe estava indo em sua carreira. Seu coração palpitava em todos os momentos que ela pensava acerca de sua vida e como tudo parecia estar dando certo na medida do possível. Sabia que, em grande parte, isso tinha a ver com o apoio da equipe que tinha ao seu redor.

Ela passou a mão pelos fios curtos e escuros, sorrindo levemente para a cabelereira que tentava domar o que restara dos fios curtinhos que insistiam em se rebelar e ficar arrepiados. Ela estava confortável com a roupa que haviam escolhido para si naquele dia. Uma blusa branca de mangas curta que deixava sua barriga de fora, coberta por uma blusa jeans toda bordada com cores vibrantes e um short jeans curtinho. Os tênis brancos eram leves e confortáveis, bem semelhantes aos que ela usava para ensaiar.

Conversou longamente com sua equipe enquanto esperava sua vez chegar. As maquiadoras retocaram seu batom e ela sorriu abertamente, passando os dedos pelo cabelo curto. Não havia muito o que pontuar, tinha pessoas que eram muito boas em ser sua base de vida. Sorrateiramente, antes de sua apresentação, ela alcançou o camarim onde sua prima estava, batendo à porta antes de entrar. ― Kyung? ― chamou-a com calma, colocando a cabeça para dentro. Sorriu ao ver a mesma sentada, mexendo no celular e inspirou o ar profundamente. ― Como você está? Nervosa? ― sussurrou calmamente, passando os dedos de forma delicada pelos ombros da mais nova.

Ficou por ali algum tempo, conversando com a prima e, quando Hae Won foi chamá-la, deixou um selar sutil sobre a testa da menina e seguiu para o local de apresentação.

Ela entrou no palco com as quatro dançarinas e os quatro dançarinos. Ficaram posicionados no local correto com a luz apagada, parada de cabeça baixa com uma das mãos minimamente sobre o lábio. Quando a música começou, com a luzes do palco já acesas, ela deixou sua voz soar clara e sutil.  Moveu a cabeça de um lado para o outro já que o princípio da coreografia não exigia que ela se deslocasse visto que era, primariamente, permanecer no local movimentando sua cabeça.

Sua mão, pousada em seu colo, desceu sutilmente antes que agarrasse os pulsos das moças que moviam as mãos em frente e ao redor de seu próprio rosto. Subiu os braços, liberando os pulsos das garotas e baixou seus próprios braços, virando a cabeça para a esquerda por um segundo antes de voltar a erguer os braços e olhar para frente, movimentando suas próprias mãos na frente de seu próprio rosto.

Até aquele momento, apesar da adrenalina e nervosismo, vinha sendo fácil para ela se controlar e manter a respiração tranquila, sem desafinar.  ― Why ~... why ~... doraseo tto neon. Why ~… why ~… kkumman gadeukhae. ― dando um passo para frente, Young Mi moveu o braço direito como uma serpente até que ele estivesse acima de sua cabeça, o rosto voltado para a esquerda. Então, subiu o braço esquerdo para que as mãos se juntassem, movendo-os em onda sem separar as mãos até que estivessem na altura de seu peito. O braço esquerdo girou para fora enquanto o direito foi estendido para o mesmo lado ao qual pertencia antes que ela também o fizesse girar e virasse o corpo minimamente para a lateral, deslizando as mãos pelas coxas sutilmente ao que alcançava seus joelhos e parava por alguns milésimos de segundo.

Naquele ponto, ela estava se aproximando do refrão e do momento em que a coreografia ficava mais rápida. Mas como alguém que estava se graduando em dança no fim do mês seguinte, ela não tinha problemas em se manter com um bom fôlego enquanto cantava. ― Jigeum tteonandamyeon Good, good, good, yeah. Mannage doel modeun geon Great, great, yeah. Gabyeowojin mami Work, work, baby ~. Imi imi nun ape areunareundaeneunde. Mangseoryeo Why ~ ― um sorriso crescia em seus lábios conforme Holy ia deixando a sensação de liberdade dominá-la ao longo da melodia. Seu corpo em perfeita sincronia com sua voz, a coreografia simples se provando muito efetiva em ajuda-la com boas quantidades de ar para que sua voz se mantivesse estável e as notas necessárias fossem completamente alcançadas com êxito.

Quando os dançarinos entraram, ela se tornou séria por um segundo antes de, em uma troca de olhares com um dos rapazes que costumava acompanha-la, sorrir novamente. Ela podia sentir seu sangue correr mais quente e mais rápido, o coração martelando o peito com a emoção de estar ali na frente daquela gente. Estava ao vivo, sem playback, com toda aquela gente balançando alguns cartazes com seu nome.

O cabelo ondulava ao redor de seu rosto enquanto o corpo pequeno e esguio se mantinha muito bem sincronizado com as outras oito pessoas que estavam no palco com ela. Sua voz se tornando mais emotiva e carregada de liberdade e alegria conforme ia se aproximando do final da canção. Se ela tivesse chance de olhar, apostaria poder ver seus músculos marcados nas coxas e pernas enquanto executava cada uma das partes da coreografia.

Por fim, quando menos esperou, a canção havia terminado e seu coração palpitava. Seu peito subia e descia com rapidez do mesmo modo que sua respiração circulava por seus pulmões. Não saberia dizer se era pelo nervoso e adrenalina ou pelo esforço de manter a voz estável enquanto dançava já que se lembrava bem que até mesmo um impacto errado de seu pé no chão seria capaz de desestabilizar sua voz.

Por fim, parou olhando para a câmera, sorrindo contente. Havia conseguido. Seu stage havia sido o que ela considerava um sucesso.