Heejoon é quieto e quase introspectivo, sendo o tipo de pessoa que prefere observar do que realmente falar algo. O que é curioso por si só, já que ele deseja se tornar um idol — um trabalho que envolve sobretudo cativar as pessoas. No entanto ele é apenas o tipo de pessoa que se solta quando se sente confortável, mostrando um lado mais efusivo e compatível com sua idade. E, apesar de ser considerado jovem, ele é bastante compreensivo e maduro, conseguindo enxergar algumas perspectivas de vida além do próprio umbigo.

Filho de uma bailarina profissional Heejoon já nasceu dançando, pelo que seus pais gostavam de contar. Desde a infância ele costumava seguir os passos da mãe pela casa, seguindo num ritmo próprio e numa contagem que inventava, suas pequenas coreografias mostravam apenas a diversão de quem ainda não reconhecia o próprio corpo, mas que já estava terrivelmente apaixonado pela dança. E crescer só fortificou a paixão dele. Aos sete anos começou a fazer aulas de dança, sendo o único menino nas aulas de balé que a mãe passou a ministrar depois que trocou um sonho por cuidar de uma família. Naquela idade ele ainda era muito jovem para perceber a forma como olhavam para ele ou o olhar triste da mãe, que vivia um casamento que não queria por conta da uma gravidez não planejada, apesar de amar Heejoon com tudo que tinha e não ter se arrependido de ter seguido com a gravidez do único filho. De certo modo ela se via na própria criança, em sua paixão crescente e dedicação pela dança.

Com a idade chegando e a pressão na escola aumentando, principalmente pelas cobranças do pai que não tinha vergonha em dizer que a dança não iria lhe dar futuro, muito pelo contrário. Heejoon começou a compreender a realidade que o cercava, fugindo com a ajuda da mãe para que pudesse ensaiar coreografias que via na internet. Foi o momento em que a música passou a fazer parte de forma presente em sua vida. Ele costumava mover-se entre as aulas ouvindo música pelos fones de ouvido, os dedos se curvando de acordo com a batida e o corpo formigando com a vontade de dançar. Tentando ignorar o quão terrível era a realidade que estava vivendo.

Aos doze anos Heejoon já sabia que seus pais não se amavam e estavam juntos apenas por uma obrigação imaginária de que deveriam estar juntos para criá-lo e, quem mais sofria, era sua mãe. Já que seu pai era um homem desprezível que fazia de tudo para indicar o quão duro estava dando para sustentar a casa enquanto a mãe apenas brincava de dar aulas da dança para crianças. Também sabia das surras e violência que a mãe suportava, sem saber ao certo o que deveria fazer e com medo de que pudesse compartilhar com alguém o que via em casa e acabar piorando as coisas para a mãe. Mas aos treze anos seu pai morreu, vítima de um acidente de carro. E, mesmo que sentisse culpa, tudo o que Heejoon sentia era alívio por estarem livres dele.

Então ele continuou dançando e se dedicando a paixão que nutria desde criança, vendo como a mãe parecia mais feliz e jovem. Aos quatorze ele confessou a mãe o desejo que tinha em ingressar em uma empresa para tornar-se idol. E, desde o primeiro momento, ela o incentivou, criticando os pontos em sua dança que achava que podia melhorar e tentando o ajudar no vocal, mesmo que não entendesse bem daquela área. Heejoon não esperava entrar em sua primeira tentativa, mas ficou feliz de todo modo. Sabendo que poderia tornar a sua paixão pela dança conhecida.

— Uma vez ele chorou tanto que acabou dormindo por mais de dezesseis horas de tão cansado que ficou. Ele tinha 8 anos.
— É um fã assíduo de qualquer coisa doce, incluindo refrigerantes.
— Apesar de não parecer o seu passatempo favorito é perturbar as pessoas.
— Se pudesse colocaria fogo na escola.
— Tem dificuldade de aprender inglês, porém o mesmo não acontece com outras línguas.