Se você conhece o termo hedonismo, conhece Gae Yun. Ela é impulsiva, egoísta, maliciosa e completamente apegada aos prazeres da vida. Tudo o que faz, ela faz em nome do prazer e do quanto se sentirá bem ao realizar tal ato. E não se engane, Ha realmente não se importa se algo é definitivamente errado ou contra as regras — talvez ser filha de duas contas bancárias com muitos zeros a deixou destemida —, se a jovem quiser e gostar, ela vai fazer.

É independente e individualista. Não tem amigos próximos, porque não confia em ninguém. Os únicos que conhece são companhias para festa ou então universitárias e trainees que ela faz questão de se envolver sem se importar com as consequências. Mas a verdade é que Gae Yun sabe muito bem que é capaz de calar qualquer pessoa com uma quantia de dinheiro que sequer machuca seu bolso. A jovem é dona de uma lábia invejável, mentirosa e persuasiva ao extremo, e essa é sua grande arma para sempre conseguir o que quer.

O único ponto consideravelmente positivo em sua personalidade é a calma. A herdeira sabe muito bem que a paciência traz sempre os maiores prazeres, então você raramente a verá brigando ou se estressando. Pelo contrário, estará diante de uma garota tão calma que sequer irá imaginar o tornado que Gae Yun realmente é.

No fim das contas, são os excessos que moldaram e a tornaram o que ela é hoje.

Ha Gae Yun é filha de Ha Joo Yun e Baek Min Na. O primeiro controla uma das maiores redes de internet da Coréia do Sul, enquanto a segunda detém uma empresa de mineração que possui sede não só no país asiático, mas em países de economia emergente como Brasil e África do Sul. Essa pequena introdução talvez tenha sido o suficiente para dizer que quanto a vida financeira, Gae Yun não tem muito que se preocupar.

Sua infância e adolescência não tiveram muitos percalços, pelo menos à primeira vista. Era uma aluna dedicada e estudiosa (sempre com a supervisão dos pais, que não aceitariam que ela desse vexame na escola), mas assim que terminou o ensino alto, deu o veredicto aos progenitores: não ingressaria em uma faculdade. Contrariando expectativas externas, eles aceitaram aquele fato tranquilamente.

Eram tão ricos que não se importavam se a filha teria uma profissão ou não. Talvez o ponto positivo (pelo menos para eles, que já estavam no topo) na tradição chaebol era de que a empresa sempre se mantinha em mãos da família. Eventualmente Gae Yun teria de assumir alguma delas, mas até lá não se preocuparia com isso.

Desde muito cedo apresentava um comportamento individualista, mas o fato se acentuou em sua adolescência. Não levava amigos para casa, só saia sozinha e odiava que os seguranças ou a babá a acompanhassem para realizar suas atividades diárias. Até porque a maioria delas estavam ligadas a coisas proibidas ou ilícitas, então não seria confortável que as histórias chegassem aos ouvidos de seus pais.

A jovem teve noção da sua sexualidade muito cedo (estudar em uma escola só para meninas com certeza a ajudou na tarefa) e, por isso, se envolvia aos montes com a maior quantidade de garotas possível — foi aí que descobriu o quanto gostava de sentir prazer. Sexo com certeza sendo sua fonte favorita. Ainda assim, Gae Yun não demorou a se entediar com as meninas da sua escola, então utilizava de sua influência para entrar em contato com universitárias e mulheres mais velhas.

Elas talvez tenham sido o ponto alto da vida da herdeira, porque aos dezesseis a garota já se entregava ao uso de substâncias com alguma frequência. Aproveitou tudo o que pôde em um período de dois anos, porque aos dezoito Ha sofreu uma overdose de cocaína. Obviamente o assunto nunca chegou na imprensa, mas seus pais e amigos próximos da família ficaram chocados com o ocorrido.

Gae Yun ficou um ano e três meses em uma clínica de reabilitação nos Estados Unidos (a família a quis mandar para o mais longe possível, para fugir de olhos curiosos) e quando retornou a Seoul, estava mais calma. Reconhecia seus limites e também sabia que não tinha tanto controle quando estava sob efeito de drogas (e ela odiava não estar no controle), então optou por coisas mais brandas e que não a deixassem em uma situação tão deplorável quanto a de uma overdose.

Por isso, apoiou seu vício e busca por prazeres consideravelmente no álcool e no sexo. Não era saudável, mas era bem mais fácil de controlar do que a cocaína. Ha também passava parte do seu tempo livre se dedicando a obter conhecimento sobre o mundo, o que a ajudava a ficar tranquila também. Foi através de suas leituras que conheceu Aristipo de Cirene, um filósofo grego que a introduziu ao sentido de sua vida: a busca por prazer.

A própria Gae Yun tinha se apelidado de Hedonê e embora aquilo fosse algo completamente pessoal, ela não tinha vergonha de colocar em suas redes sociais como nome fantasia.

Agora com vinte e quatro anos, Ha não tinha mudado muita coisa. Continuava agindo de acordo com as próprias vontade e prejudicando pessoas no processo, mas sentia-se em paz consigo mesma. Invencível, até, como se nada no mundo pudesse tirá-la de seu trono invisível.

Gae Yun gosta de jogar e assistir futebol, beber cerveja bem gelada, se envolver com idols e ser dominada entre quatro paredes.