O dia de Young Mi tinha sido um tanto quanto cheio. Ela e Jung Su estavam procurando um lugar para ambos desde o noivado e havia um monte de coisas com as quais ela não conseguia chegar em um consenso nem consigo mesma. Mas tudo bem, esse tipo de coisa acontecia, não é mesmo? Pensando assim, ela suspirou pesadamente enquanto olhava as roupas que tinha comprado somente para o evento em questão. O mais velho ainda estava no banho de modo que ela precisaria decidir sozinha o que combinaria com a sandália rosa envernizada da Yves Saint Laurent que ganhara de presente de sua mãe.

Depois de algum tempo enrolada na toalha enquanto olhava as roupas que tinha, Young Mi acabou vestindo uma espécie de lingerie que lembrava em muito um maiô. Era feito de renda e tinha um bom decote na frente. Pegou uma de suas saias “antigas”, mas que nunca saía de moda por ser um tipo de edição limitada da Versace. Havia combinado com a peça e a simplicidade da peça rendada era um excelente contraste com o mix de estampas da peça inferior. Young Mi calçou os sapatos, não havia problema já que ela ainda não os usara, e se olhou no espelho por um tempo. O cabelo azul e a sandália rosa eram bem opostos, mas as cores vibrantes combinavam com o verão, então ela decidiu manter-se assim.

Mexeu nas roupas que tinha consigo por algum tempo, até pegar um blazer preto, discreto e elegante, colocando-o por cima do conjunto. Levaria o celular em seu bolso, já que não queria acabar levando nenhuma bolsa de mão. Naquele meio tempo, o namorado já havia saído do banho e a olhava de uma forma que fez com que suas bochechas corassem. ― Se você não for rápido, vamos nos atrasar, hm? ― murmurou docemente ao se aproximar do rapaz e roubar um beijo.

Minnie sentou-se no sofá para esperar o rapaz assim que terminou a maquiagem. O carro estava esperando por ambos e foi quase impossível não ficar boquiaberta ao ver o quanto Jung Su conseguia ficar ainda mais bonito depois de se arrumar. ― Tem certeza que não quer ir descabelado e sem uma roupa dessas? ― murmurou com um leve bico, fingindo estar enciumada. No entanto, logo que teve certeza de que ele estava pronto, desceu com o homem para a entrada do prédio do mesmo e entrou no carro, agradecendo o motorista pela gentileza de abrir a porta.

Discretamente, tinha os dedos entrelaçado aos do maior enquanto o motorista os levava até o espaço do evento. Deitou a cabeça em seu ombro e riu baixinho. ― Como você está, hm? ― olhou-o pelo canto dos olhos. ― Eu... estou nervosa. ― Admitiu baixinho. Oficialmente, era a primeira vez que apareceria em público com o mais velho e, depois dos rumores, ela não sabia que tipo de reação esperar dos fãs e da mídia. Mesmo que tivessem ficado juntos no festival depois de sua apresentação, ela sentia-se nervosa. A beira de um ataque.

Foi apenas quando o carro parou e a porta foi aberta que ela passou a atuar e colocou seu melhor sorriso no rosto. ― Vai dar tudo certo. ― murmurou para ambos, esperando que o mais velho descesse, antes de fazer o mesmo e andar pelo carpete de entrada. Seu estômago havia afundado e se perdido em algum ponto dentro do próprio corpo. Holy mantinha-se sorrindo e acenando para as pessoas que se aglomeravam ali. Vez ou outra, ela também se curvava e mantinha uma distância respeitosa do próprio noivo, embora suas mãos se tocassem quando andavam lado a lado.

Parou com o mais velho em frente ao painel com a logo do evento e colocou uma das mãos no braço do maior, por dentro da articulação de seu cotovelo. Também usava o anel de noivado que fazia par com o do maior. Durou apenas alguns instantes, mas quando finalmente entraram no “salão”, ela sentia como se seu coração tivesse subido para a garganta. ― Você está bem? ― murmurou em evidente nervosismo enquanto ia para o lugar que havia sido marcado para ela e seu acompanhante. Tentava manter-se sorrindo de forma educada já que, mesmo ali, parecia haver membros da mídia.

Jeon Young Mi poderia surtar. Mas Holy precisava seriamente manter a compostura.

Quando se sentaram, entretanto, Mi procurou pela mão do outro discretamente e, somente naquele momento, relaxou.

A brincadeira do maior lhe arrancou um sorrisinho e a garota apenas assentiu com tranquilidade. — Eu estou bem. Mas pensando que amanhã, a essa altura, já vão ter descoberto até o número do seu registro. — seus dedos acariciaram suavemente as costas da mão do mesmo, o sorrisinho discreto em seus lábios a medida em que as modelos começavam a desfilar.

— Me dizer para não ficar nervosa é um péssimo meio de me manter calma, meu amor. — sussurrou com um sorrisinho ao olhá-lo por alguns instantes. Enquanto as pessoas ainda chegavam, ela não se importava de parecer completamente absorta no homem ao seu lado, mas também não negava-se a cumprimentar as pessoas que passavam por si e acenavam ou se curvavam. Um risinho baixo passou pelos lábios da mulher enquanto ela o olhava de forma atenta. — Heh?! Desde quando eu ronco? — sussurrou calmamente, levando a mão do outro juntamente da própria até os lábios, deixando um beijo discreto sobre o anel do mesmo.

— Eu estive pensando… ninguém fez cara feia aqui. Mas quando tudo isso for passado pela mídia… o que vão dizer? — um sorrisinho brotava no canto de seus lábios ao perceber os olhos do outro sobre si. Não podia ver, graças aos óculos que ele usava, mas era intuitivo sentir os olhos do loiro recaindo sobre si. Quase como polos opostos de um ímã.

Quando o desfile teve início, ela aquietou-se e apenas passou a observar as roupas e modelos, murmurando vez ou outra para o maior sobre as peças que desfilavam e sobre sua aparência perfeita. Haviam moças de todas as nacionalidades até onde ela podia ver e isso a surpreendeu de uma boa maneira. Não entendia, no entanto, como alguém poderia pensar o contrário, mas a julgar pelos convidados exigentes que tinham por ali, ela não duvidaria que houvesse alguém desgostoso.

Mi, então, esperou para aplaudir o fim da demonstração com os demais e, só quando lhe pareceu correto, levantou-se ao lado do maior. — O que achou? — murmurou sorridente, voltando a enrolar o braço na articulação do cotovelo alheio. Sentia-se surpreendentemente mais calma com as pessoas ali presentes não a olhando de um modo estranho.

Apenas se retirou do meio das cadeiras em companhia do mais velho e puxou o celular, checando as horas. — Você tem hora para ir, meu senhor? — perguntou com evidente bom humor, abrindo o botão do blazer escuro que cobria a roupa rendada, expondo-se um pouco mais do que seria o recomendável talvez.

Mas confiava na penumbra para estar bem protegida de cliques e comentários inadequados.