O nervosismo crescia no peito de Ji Sook enquanto ela estava sendo arrumada em dos quartos reservados do espaço de festa. A cerimônia começaria duas em ponto e enquanto terminavam seu cabelo e maquiagem, ela não poderia estar mais pronta para colocar o vestido. Esperou, no entanto, até estar sozinha com a mãe de Ahreum para que pudesse colocar o "grande toque final", como a mulher gostava de chamar sua criação. Ela estava feliz e nervosa em igual intensidade e nem se lembrava que a manhã tinha sido um tanto caótica. Estava incapaz de se esquecer do sentimento crescente de ansiedade por oficializar o relacionamento com a cerimônia, ainda que ela e Shin já estivessem casados no papel havia quase uma semana e ela nem mesmo mantivesse seu nome de solteira em boa parte de seus documentos.

De qualquer maneira, se deixou desligar da parte burocrática de ir até a embaixada, imigração e prefeitura. Especialmente porque aquilo estava resolvido e não havia mais nenhuma irregularidade que pudesse lhes dar dor de cabeça. Então, agora restava apenas aquele dia. Aquela tarde. Com seu pai a levando para o altar. Onde fotos não seriam permitidas, exceto tiradas pelo fotógrafo, para evitar alguma exposição desnecessária de ambos. Vai que o fato de que ela estava grávida de oito semanas e três dias, de repente, ficasse estampado em seu rosto? O pensamento lhe fez estremecer.

Colocar o vestido dera certo trabalho e acabara com Saengdao, uma modelo que trabalhava com a mãe de Ahreum, precisando participar da tarefa para garantir que tudo estava ficando no exato lugar. Ji Sook falara com a garota poucas vezes, mas achava fofa demais para não tê-la convidado para o casamento já que, de qualquer maneira, era alguém com quem ela gostaria de manter contato depois de tê-la conhecido.

Ela não esperava que, quando fossem para aparte privada da cerimônia, apenas com os pais de ambos, Shin colocasse o hanbok, assim como ela faria. Mas em partes, ela não via o momento em que poderia retirar o coque, deixar o cabelo solto, calçar uma sandália de salto mais confortável e trocar as roupas formais pelo vestido preto, leve e curto. Não porque ela não se sentia usando uma espécie de obra de arte, mas porque quando aquele momento chegasse, ela seria a esposa de Aikyo Shin para quem quisesse ver.

Quando a hora chegou e seu pai foi buscá-la para conduzi-la até o altar, Jisook se viu dissolvendo em ansiedade. Não havia escrito os votos, não sabia se Jae Hwan - que havia tirado uma licença especial para casá-los caso não tivessem resolvido a burocracia antes - lhes daria a chance de falar alguma coisa além dos votos padrões. Mas preferia dizê-los espontaneamente, sempre parecia mais adequado do que algo escrito e pensado. Especialmente porque ela o amava tanto que os poucos meses em que estavam juntos pareciam como anos em sua mente. De repente, era como se ela tivesse entendido que havia uma razão para que ela tivesse sido levada à beira do próprio limite em tantas situações distintas de sua vida. Ela era boa o suficiente para ele? Se pudesse suportar tudo sem mudar a forma como o via o mundo, deveria ser. E ela fora capaz. Então, ali estava seu "prêmio".

Ver Shin parado, esperando por ela, quase como uma obra esculpida por um artista renascentista, nos mínimos e mais cuidadosos detalhes, fez seu coração falhar. Parecia surreal que ele a amasse, que a quisesse. Ela sempre tinha medo de acordar e descobrir que os últimos meses haviam sido um sonho longo e muito agradável. Seus passos eram firmes. Ela sabia o que queria. Ela queria ir até o fim, sem olhar para trás. Então, alargou o sorriso um pouco quando o braço do próprio pai foi substituido pelo de Shin. Seus olhos buscando os dele apenas por um segundo quando ele ficou ao seu lado para terminar de levá-la para o altar. Por um breve instante, ela sentia como se fosse explodir. Era quase demais para que ela pudesse suportar enquanto ficava frente a frente com ele para ouvir o que Jay tinha a dizer e, finalmente, poder dizer que aceitava.

Sua resposta seria clara. Para quem desejasse ouvir. Porque ela sabia... sabia que, daquela vez, não precisava ter medo. Porque a maior verdade era que quando Shin estava por perto ela não tinha nenhum motivo para ter medo.